Quando se fala de Nelson
Mandela, como aconteceu esta semana a propósito das comemorações de
mais um aniversário, damo-nos conta como o “mal”
se sobrepõe ao “bem” nesta humanidade
que teima em destruir-se.
O superior exemplo de Madiba
não é suficiente para que as nossas sociedades mudem. Os que têm o poder de
comandar o mundo podem, hipocritamente, homenagear Mandela mas, acabado o
discurso, vão tratar de aumentar o seu pecúlio sem olhar a meios.
Muitos se afirmam escandalizados com
as declarações do Bispo das Forças
Armadas. Em vez de “ofendidos”
assumidos, deviam saber ouvir e fazer um esforço para entenderem a indignação
dos que, a toda a hora, são atingidos com a fria e negra austeridade.
Uma semana inteira é atravessada
por inúmeras energias. Infelizmente a maior parte delas, negativas. Subida de
temperatura e aí estão os fogos por todo o lado com o incondicional labor dos
bombeiros. Sempre prontos para arriscarem tudo pelos outros e, principalmente
pelo poder, todos os dias maltratados. Também esta semana, os bombeiros
voluntários, foram alvo da reprovada e vergonhosa caça à multa. Com as chamas
ainda bem vivas no Algarve, na Madeira e em tantos outros locais do
País, os soldados da paz não desistem, mau grado as contrariedades.
Nesta sexta-feira, a 20 de Julho,
ficará registado nos anais, o passamento do historiador
José Hermano Saraiva. O Professor
morreu esta manhã aos 92 anos depois de uma vida dedicada fundamentalmente à História
de Portugal e sua divulgação. Participou no antigo poder da ditadura.
Na altura do 25 de Abril era
embaixador em Brasília e, aquando da
crise Académica de 1969 em Coimbra, foi, pela negativa, um dos
protagonistas. Era o Ministro da Educação
do Governo de Marcelo Caetano e
acompanhava Américo Tomás naquela
célebre Assembleia na Universidade, quando o aluno Alberto Martins foi proibido de falar. Depois da revolução,
integrou-se na vida democrática como tantos outros e foi através da televisão,
divulgando a nossa história, que se tornou conhecido da generalidade dos
portugueses.
A cereja no topo do bolo é o
tombo a meio desta tarde das bolsas e mercados com a divulgação do pedido de
auxílio financeiro da província de Valência,
a Madrid.
E a ventania continua…
Silvestre Félix
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