Desde ontem que está disponível o
“Dicionário
das crises e das alternativas” editado pelas “Edições Almedina” e autoria do “CES-Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra”, com prefácio
do Professor Boaventura de Sousa Santos.
Esta obra coletiva, de
indiscutível interesse, permite que, de forma muito acessível, entendamos
muitas expressões utilizadas neste tempo atribulado e “troikado”. A propósito, vejam só o que Teresa Cravo escreve
sobre a tão propalada e abusada “Ajuda
Externa”:
«Particularmente evidente no caso de Portugal, o discurso dominante da “ajuda”
para se referir à ação da troika camufla uma situação que deveria, na
realidade, por empréstimo não-concessional, com juros entre 4% e 5% que podem
vir a atingir metade do financiamento externo. A ideia de “auxílio” não só
engrandece os credores, como esconde a principal motivação de intervenção
externa: a salvaguarda dos seus próprios interesses económicos – evidenciada pelos
países que suportam a maior parte do empréstimo serem aqueles mais expostos a
uma eventual falência do Estado português.»
Na relação normal de negócio o
BCE empresta à banca a 1% e um ou outro Estado da zona euro consegue financiar-se
a menos de 1%. Como se pode chamar “ajuda”,
a empréstimos com juros de 4% ou 5% como o que estamos a pagar?
Comprem o dicionário, só custa três euros com o JL ou Visão.
Silvestre Félix
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