A CAMINHO DE ABRIL, NA VÉSPERA… DIZIA O POETA!



(Parte “As portas que Abril Abriu” de Ary dos Santos)

Quem o fez era soldado

homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.

Posta a semente do cravo
começou a floração
do capitão ao soldado
do soldado ao capitão.

Foi então que o povo armado
percebeu qual a razão
porque o povo despojado
lhe punha as armas na mão.

Pois também ele humilhado
em sua própria grandeza
era soldado forçado
contra a pátria portuguesa.

Era preso e exilado
e no seu próprio país
muitas vezes estrangulado
pelos generais senis.

Capitão que não comanda
não pode ficar calado
é o povo que lhe manda
ser capitão revoltado
é o povo que lhe diz
que não ceda e não hesite
– pode nascer um país
do ventre duma chaimite.

Porque a força bem empregue
contra a posição contrária
nunca oprime nem persegue
– é força revolucionária!

(Continua)

(Extraído do extraordinário poema “As portas que Abril Abriu” de Ary dos Santos, copiado de «Poemas sobre o 25 de Abril» da net/PCP)

SBF

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