Não deixei de ter gosto pela escrita. Não! Deixei sim de ter
vontade de escrever sobre a atualidade política. Ainda agora, com a televisão
lá ao fundo sem som sintonizada na SIC notícias transmitindo em direto o
plenário da Assembleia da República, tenho uma imagem perfeita do que hoje,
para mim, representam a maioria das “peças” partidárias – agitam-se, esbracejam,
mexem os lábios como se gritassem, mas não dizem nada. É este o triste
espetáculo que estes “grupos” têm dado aos olhos dos portugueses.
Ao fim de trinta e nove anos de democracia, é chegado o
momento do sistema ser refrescado e de ser dada voz aos que não se revêem no espetro
partidário. Propostas de alteração da Lei eleitoral e consequente alteração da
composição do conjunto dos deputados da República, têm feito parte de múltiplos
programas eleitorais mas nunca foram concretizadas.
Os partidos são a base orgânica da democracia mas o eleitor
tem de poder votar e eleger o seu deputado e este, por seu lado, ser
responsável perante os seus eleitores. Outras organizações cívicas, sociais, de
cidadania ou cidadãos individuais, devem ter acesso à disputa eleitoral e
respetiva eleição, desde que cumpram determinados pressupostos.
Silvestre Félix
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