Mesmo sob licença duma qualquer empresa americana, eram
fabricados por operários, especialistas, projetistas e engenheiros portugueses
na portuguesíssima “Sorefame” e, com ela, entraram pela liberdade.
Baloiçado pela cadência do comboio da linha de Sintra, as
imagens correm na tela e todos estão ali, mesmo junto a mim. Dias e dias a fio,
apoderamo-nos dos mesmos assentos e vemos o mesmo filme que já não foi visado
pela comissão de censura.
A jogada perfeita, embora arriscada, é o destrunfo logo de
princípio. O filho do ás de espadas já não quer ir para a Guerra. A cadência do
comboio da linha de Sintra mede a distância do que está certo e do errado.
Nenhuma Guerra está
certa!
Tantas vezes o comboio da linha de Sintra passou, baloiçou o
pensamento, nos tempos que vinham embebedados em promessas que depois foram vãs.
Todos os dias, em cada viagem para lá e para cá, a esperança e a confiança
aconchegou-nos a alma e ensinou-nos a construir o futuro valorizando todas as
oportunidades.
Nós estamos, no tempo de agora, de alma ferida, sem esperança
e sem confiança.
Eles, não nos perguntam e destroem tudo o que lhes aparece à
frente e, ainda por cima e sem vergonha, transformam a desgraça e o infortúnio
do desemprego em “douradas” oportunidades.
Os comboios, no tempo de agora, se os houvesse novos na linha
de Sintra ou noutras, seriam fabricados por estrangeiríssima empresa e, com
ela, a liberdade já não conta para nada…
…de alma ferida e sem
esperança.
Silvestre Félix
(Foto: 1º Ministro e
protestos 18.03.2013 – DN)
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