Preocupados andavam os controladores de audiências e emoções,
das nossas televisões. Depois dos furacões e da grande noite eleitoral,
notícias mornas e fraquinhas que nem a “ida” do Passos Coelho, compensou o
pouco entusiasmo nas redações.
Mas, ainda a semana ia no princípio, e uma radiosa janela de
novas audiências se aproximava; as temperaturas iam subir muito acima dos
trinta graus, e a adrenalina dos diretos com o aparecimento dos inevitáveis
incêndios, estava assegurada.
Altas temperaturas instaladas, fogos por tudo quanto é sítio,
e as câmaras e repórteres numa roda-viva, procurando os ângulos mais vistosos e
as estórias mais desgraçadas para contar aos telespetadores.
Mostram os momentos mais aflitivos, os choros, os protestos e
as birras. Depois repetem-nos hora-hora e, com largo tamanho, nos grandes
espaços informativos das generalistas.
Se for preciso, no dia seguinte, voltam a mostrar as mesmas
imagens, complementadas com diretos que até podem já não ter notícia para dar.
Silvestre Brandão Félix
8 de outubro de 2017
Foto: Google
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