AS MELGAS E A MÁFIA...

As pragas de mosquitos e melgas não param de aumentar. As notícias surgem de hora a hora nos canais especializados das nossas respeitosas e sérias televisões e, com grande alarido, nos principais telejornais das generalistas.

O fornecimento de pulverizadores não tem chegado para as encomendas e o inseticida utilizado não tem provado (de propósito) eficácia no combate às várias espécies que por aí vão aparecendo.

As melgas de armação são rasteiras e atacam ao nível do tronco à maneira clássica e mafiosa. Já os mosquitos “swapisados” vêm de todos os lados não olhando ao caminho nem aos meios para chegarem à vítima que, duma forma geral é incauta e pobretanas mas que, bem espremida, ainda vai deitando mais alguma pinga de “sangue”.     

As melgas e mosquitos do nosso civilizado mundo continuam a ter o principal protagonismo nas intervenções dos sábios comentadores, dos informados pivôs, dos avisados porta-vozes, dos imparciais politólogos e dos partido-zangados que viraram independentes (??).

As pragas não desaparecerão enquanto houver “carne à volta do osso”.


Silvestre Félix

(Foto: Lixo - Wikipédia)

CARTAS DO ANDEIRO…

Passando pelo, ainda, serviço público de televisão, detive-me nos amores de Pedro e Inês.

Há já alguns anos se produziu e transmitiu quando “vacas gordas” se passeavam por todo o lado. Agora, que as vacas emagreceram e só se lhes conhecem ossadas espetadas e olhar mortiço, repõem-se boas lembranças e, neste caso, a mais bela e dramática história da nossa “cronologia” desde a fundação da nacionalidade.

A revisita aos acontecimentos históricos do nosso País ajuda-nos a perceber o nosso fado. A época de Pedro e Inês foi véspera da primeira grande provação da existência da Pátria. De Constância, senhora de Inês e primeira esposa de Pedro, nasceria D. Fernando que, com a sua morte em 1383 sem filho varão e filha Beatriz casada com João I de Castela por forte influência da megera rainha Leonor de Teles, deixaria o reino de Portugal nas mãos dos castelhanos. Qual resistência tipo “que se lixe a troika” os bons portugueses expulsaram a dita Leonor e o Conde Andeiro, ficando com o Mestre de Avis pai da ínclita geração e, por ironia das coisas, também filho do Pedro e doutra que não Inês nem Constância.

Sepultados em Alcobaça, no caminho de Peniche, da ginjinha de Óbitos, da onda de Nazaré e muito tempo antes do conselho de ministros no mosteiro, Pedro e Inês, transpiram o amor incondicional e imparável da nação lusa que resiste mais que todas as outras por essa Europa e mundo a fora. Havemos de continuar, deitando ao chão todos os que aqui estão mas jogam como o Andeiro, com cartas por baixo da mesa…


Em reposição na RTP2, “Pedro e Inês”.

Silvestre Félix

(Gravura: Coroação póstuma de Inês de Castro. Wikipédia)

PORQUE NÃO SE CALAM?

PORQUE NÃO SE CALAM? São praticamente os mesmos, que há menos de dois meses, bradavam “aos céus” por medidas mais restritivas, fortes e ...