BOLO DE ANIVERSÁRIO

O convívio com os amigos é sempre saboroso e hoje tive essa oportunidade.

Os pretextos são os mais variados mas acabam invariavelmente à mesa a comer e a beber. Ainda bem que pode ser assim, pelo bem que sabe e pela companhia.

Hoje, mais cinquenta de tempo contado em anos, e a nossa amiga consegue atingir uma quantidade de contados que é mítica para todos. Dizem até que é metade, oxalá que seja, é sinal que chegarás pelo menos aos cem de tempo contado em anos.

Esta noite vou dormir mais tranquilo porque a maioria dos meus amigos está bem.

Muita saúde para todos.

SBF

DIANA, SIMPLESMENTE…



Penso que, como ser humano, teria sido mais feliz, se tivesse sido simplesmente Diana Spencer.

Faz hoje 12 anos que morreu daquela forma trágica. Os “média”, duma forma geral, foram os seus carrascos até ao fim.

A Princesa arrastava multidões e apagava completamente os outros membros da família real britânica, incluindo o marido. Aproximava-se e misturava-se (quando podia) com a população e com a sua expressão meiga e simpática, intervinha nas mais variadas causas humanitárias e conseguia sempre mobilizar os generosos no melhor sentido.

Vimo-la em campos de refugiados, no rescaldo de catrástrofes naturais, nos campos de minas em Angola, etc, etc.

A família real britânica nunca mais foi a mesma depois de Diana. Percebeu a Princesa e mudou, ou tentou, para melhor.

Esperemos que os filhos, principalmente o que se prevê venha a ter responsabilidades de estado, tenha aprendido com as muitas qualidades da Mãe.

SBF
(Foto: Wikipédia 1987)

TIMOR LESTE – O REFERENDO


Este dia 30 de Agosto em 1999, foi vivido em Portugal com muita emoção. A generalidade da população portuguesa estava mobilizada para esta causa que, embora Timorense, sentíamos com intensidade fraternal.

O esforço, para se chegar ao referendo, tinha sido grande e, nem mesmo as ameaças das milícias pró – indonésias, conseguiram evitar que os Timorenses em massa fossem votar pela Independência do País.

Na verdade o pior estava para vir. As milícias cumpriram o que andavam a prometer. Cinco ou seis dias depois do referendo, e imediatamente a seguir ao anúncio oficial da vitória esmagadora (78,5%) pela independência, o terror começou. As milícias e muitos militares Indonésios, em poucas horas, arrasaram Dili e as principais cidades de Timor Leste, causando mais de mil mortos e muitos milhares de desalojados e deslocados.

O sacrifício foi pesado mas, não fora o êxito do referendo, e o processo teria ficado no impasse, não se sabendo o que poderia ter acontecido.

Assisti, uns dias depois, no aeroporto de Lisboa, à chegada do Bispo de Dili, D. Ximenes Belo. Foi uma loucura. Nunca tinha visto nada igual nas chegadas do aeroporto, e, desde aí, por toda a Av. de Berlim e até ao Campo Grande estava tudo apinhado de gente saudando o Bispo, como se estivéssemos a abraçar o povo todo de Timor Leste.

Com tal espontaneidade e entusiasmo, só no nosso 25 de Abril ou no primeiro 1º de Maio de 1974.

SBF
(Gravura: Bandeira de Timor Leste - Wikipédia)

AS PROMESSAS

Programa para cá, programa para lá, e é sempre a mesma treta – os do clube, defendem o(a) chefe com unhas e dentes, tudo o que vem dele(a) é o melhor do mundo e resolve todos os problemas, os do outro atacam sempre o adversário, também defendem o(a) chefe com unhas e dentes, e o seu programa é que vai fazer os portugueses mais felizes e com uma qualidade de vida de se lhe tirar o chapéu. De A a Z, usam todos a mesma cartilha.

Os portugueses não precisam de programas eleitorais elaborados nos gabinetes, com o “profundo” objectivo de prometer coisas e ideias (promessa, no “dicionário” da política partidária, não significa que se cumpra), o que precisamos é de posturas verdadeiramente competentes e honestas para levar o País ao nível dos melhores.

O cidadão comum não vai ler programa nenhum, logo, não é por aí que os partidos têm mais ou menos votos. Há meia dúzia de pressupostos que influenciam a opção de voto, e, entre eles, a frequência com que o(a) candidato(a) aparece nas televisões e a intensidade e o descaramento na demagogia. É mesmo verdade que a comunicação social tem muito poder. Tem tanto, que até consegue influenciar a eleição ou a derrota de um candidato.

Sei que os partidos são o suporte do nosso regime democrático, mas, não nos fica mal, querermos que os partidos sejam melhores, e que, acima de tudo, defendam os interesses da sociedade e não, só, do seu clube.

SBF

CARLOS PAIÃO



Lembro-me onde estava, o que fazia e quem me acompanhava, quando ouvi a notícia da morte de Carlos Paião no rádio que sempre ouvíamos no escritório da empresa onde trabalhava, no edifício 25 do terminal de carga do aeroporto de Lisboa.

Ao longo da vida, não são muitos os acontecimentos em que temos a lembrança em pormenor do tempo, local e circunstâncias, em que deles temos conhecimento. São de facto poucos, e, esta notícia, a 26 de Agosto de 1988, é uma excepção porque foi, para mim, muito importante.

Era uma personalidade muito querida da generalidade dos portugueses. Era um artista com um A muito grande. Compositor, escreveu perto de 500 canções, e cantor com cerca de 50 gravadas, e muitos outros artistas também cantaram canções suas. Se com 30 anos, era essa a idade quando morreu, tinha esta produção, não é difícil imaginar o que seria se tivesse continuado entre nós.

O meu tributo a Carlos Paião!

SBF

(Retrato: Tributo – Portugal Rebelde)

ATITUDES IDEOLÓGICAS


Este Presidente da Republica atingiu o recorde de vetos numa primeira legislatura.

O veto da lei reguladora das uniões de facto, vem na linha do seu conservadorismo reconhecido.

Fez dele, do presidente, os argumentos dos partidos da direita, da igreja católica e de outros meios da nossa sociedade velha e bafienta.

Definitivamente o PR assume-se, não como árbitro dos poderes instituídos, mas sim como contrapeso de uma parte deles.

Os vetos e as promulgações, com este PR, são atitudes ideológicas.

É uma interpretação do exercício do cargo a que não estávamos habituados.

SBF
(Gravura: Bandeira da Presidência - Wikipédia)

PRATELEIRA DE LIVROS


Leite Derramado
De Chico Buarque

Li o “Leite Derramado” a correr porque a delícia de narrativa não deixa parar.

Muitas histórias da história duma vida muito longa.

O Velho, que vai contando a sua vida, a partir duma cama de hospital, sem qualquer critério cronológico em resultado da doença e da senilidade.

Como o Velho é muito Velho e membro de uma família tradicional brasileira, os quadros contados a quem o quiser ouvir, atravessam a história do Brasil dos séculos IXX, XX e começo deste XXI.

Chico Buarque de Holanda nasceu no Rio de Janeiro em 1944 é cantor, compositor e escritor.

Publicações Dom Quixote, 1º e 2ª edição em Junho de 2009.

Boa leitura!

SBF

(Gravura: Capa do Livro)

MURO DE BERLIN



Neste dia 23 de Agosto, fez 19 anos que o parlamento da finada RDA (Republica Democrática Alemã) ou Alemanha do Leste, aprovou a sua reincorporação na RFA (Republica Federal Alemã) ou Alemanha Ocidental, iniciando-se assim, duma maneira institucional, a esperada reunificação da Alemanha que se mantinha separada após a segunda guerra mundial e formalizada em 1949.

O maior símbolo da “Guerra Fria” foi o muro de Berlim. Esta cidade, antiga (e novamente desde 2000) capital da Alemanha, embora estivesse na área da RFA, foi dividida como troféu de guerra entre as potências vencedoras da guerra e a parte que coube à URSS, foi transformada em capital da RDA. Em virtude de os habitantes de Berlim Leste constantemente fugirem para a parte Ocidental, a RDA decidiu construir um muro em betão, separando a cidade ao meio, a partir de 1961. É claro que este muro da vergonha separou, não só os edifícios, mas também as famílias e os amigos, como acontece sempre nestes casos, porque este, infelizmente não é o único.

Quando em 1989, o bloco socialista, com a URSS à frente, se desmoronou, o povo de Berlim, decidiu começar a derrubar o muro da vergonha e, quando no Verão do ano seguinte, 1990, se concretizam as negociações para a reunificação, já o muro tinha muitas brechas, embora se mantivesse a fronteira.

Eu, estive em Berlim em Junho de 1990. Passei o muro do ocidente para leste e vice-versa, mas pela fronteira com direito a carimbo no passaporte e, como não podia deixar de ser, trouxe um bocado do muro que mostro na foto acima.

Passados todos estes anos, não é fácil transmitir as sensações da altura. Era como se a felicidade finalmente tivesse descido ao mundo. Só a alegria existia naquela cidade, todos eram bons e tudo ia ser bom para o futuro.

Pelo nosso 25 de Abril e nos dias que se seguiram, também tive as mesmas sensações. As coisas más iam desaparecer e ia passar a haver só coisas boas…

SBF
(Foto: Silvestre Félix)

SANTARÉM – MOITA FLORES


A forma como alguns politiqueiros e analistas da nossa praça, se apressaram a passar a mensagem de incompatibilidade entre o reconhecimento de mérito do Governo, e o facto de Moita Flores ser Presidente eleito como independente numa lista do PSD, e voltar a ser candidato na mesma situação, e ainda por cima não garantir, à partida, em quem vai votar nas legislativas, mostra, para os que ainda têm dúvidas, como os aparelhos dos nossos partidos estão desadequados, velhos, desactualizados e a precisarem de reforma.

Força Moita Flores!

Não ter dono, não lamber botas e ser realmente independente, tem definitivamente de poder ser uma opção na nossa vida política.

SBF

(Gravura retirada da Wikipédia)

LINHA SAÚDE 24



As falhas de funcionamento da linha de saúde 24 horas (808 24 24 24), está a causar um ambiente de grande insegurança e o Governo tem de fazer qualquer coisa rapidamente.

Não chega sucederem-se as declarações da DGS e do MS, dizendo que está tudo controlado e que as pessoas não devem entrar em pânico, se o primeiro veículo de contacto com os serviços de saúde, que é a linha 24, não está lá.

Também acho que as coisas estão empoladas, a gripe A não passa de uma GRIPE, mas dadas as suas características e a ausência de vacinação, é indispensável que a população sinta segurança.

SBF
(Gravura: Internet)

CAMPEÃO NELSON ÉVORA


Mais uma medalha

Parabéns Campeão



SBF

(Foto: Internet)

CRISTIANO RONALDO

Na semana passada, não ouvi ninguém responsável pela selecção manifestar dúvidas sobre a gripe do craque, ouvi sim, tanto o Presidente da FPF como o Seleccionador, dizerem que a comunicação do Real Madrid não foi em termos, ou que pelo menos não foi feita exactamente como mandam os regulamentos.

Ontem, depois do jogo com o Dortmund, e respondendo a uma pergunta dum jornalista português, que bem podia ter evitado lançar mais lenha para a fogueira, diz que ficou muito triste porque os portugueses duvidaram da doença dele, etc, etc.

Não gostei e penso que a maior parte dos portugueses também não gostaram. Ser craque, e ser galático, não lhe dá o direito de se dirigir aos portugueses assim.

SBF

D. JOÃO I DE PORTUGAL


No dia 14 deste mês de Agosto fez 577 anos que morreu em Lisboa D. João I, “O de Boa Memória”. Foi o primeiro Rei da dinastia de Avis, tendo sido consagrado Grão – Mestre da Ordem de Avis em 1364.

Nada fazia prever que viria a ser Rei, mas, a ganância de uns e a maldade de outros, (parecido com o que acontece nos nossos dias) fizeram com que assim acontecesse.

O destino do Mestre de Avis, começa a ser traçado quando chega à corte de D. Fernando I, de quem era irmão bastardo, D. Leonor Teles de Menezes que, viria a conseguir casar com o Rei e assim a tornar-se Rainha de Portugal. Esta mulher, a quem chamaram muitos nomes; A dama maldita, rosa brava, adúltera, intriguista, traiçoeira, rameira, mas também a flor de altura e a formosa Leonor Teles, quando chegou à corte em Lisboa, era casada com um morgado do norte chamado João Lourenço da Cunha. D. Fernando estava prometido em casamento a D. Leonor de Castela, Filha de D. Pedro I de Castela, mas, em resultado da proximidade da ambiciosa Leonor Teles de Menezes que, como já vimos, não era de se deitar fora, o Rei consegue livrar-se do compromisso com Castela, consegue que anular o casamento de D. Leonor Teles com o morgado e, em segredo, casa com ela nos arredores do Porto, mais precisamente no Mosteiro de Leça do Balio, a 15 de Maio de 1372.

Os nomes que chamavam à Rainha, tinham razão de ser e, não tarda muito, ela começa a manobrar o Rei e consegue moldá-lo a seu jeito, depois arranja um amante (porque era mulher de muito sustento) o célebre Conde de Andeiro e, finalmente, consegue encaminhar as coisas de forma que o Rei não viva muitos anos e morra em 23 de Outubro de 1383. Ela fica com a regência do reino ao lado do galego Conde de Andeiro em nome da filha D. Beatriz e do seu marido D. João de Castela.

O Povo e uma parte considerável do clero e da nobreza não aceitaram a situação, e, depois de um interregno de 2 anos em que as lutas foram muitas, incluindo a prisão de D. Leonor Teles e a execução do Conde de Andeiro, a 6 de Abril de 1385, o Mestre de Avis é proclamado o 10º Rei de Portugal com o nome de D. João I, iniciando-se assim, a dinastia de Avis. A situação só ficaria calma mais tarde porque entretanto D. João de Castela invade Portugal, acontece a derrota do exército Castelhano em Aljubarrota no mês de Agosto, D. Nuno Álvares Pereira é aclamado Condestável do Reino e, feita a paz com Castela, ficam criadas as condições para o Reino progredir.

Em 1387 D. João I casa com D. Filipa de Lencastre, selo da mais velha aliança do mundo, a Luso-Britânica e, com os filhos que vêm a seguir, começa a constituir-se a “Ínclita Geração”, como lhe chamou Camões. Na verdade foi o começo dum período muito rico da História Portuguesa.

D. João I, um dos grandes reis portugueses, está sepultado no Mosteiro de Santa Maria da Vitória na Batalha.

SBF

(Dicas: “Rosa Brava” de José Manuel Saraiva e “Eu, Leonor Teles” de María Pilar Q Del hierro. Gravura de D. João I retirada da Wikipédia
)

PRATELEIRA DE LIVROS



CAPITÃES DA AREIA
De Jorge Amado

É o livro de Jorge Amado mais vendido no mundo.

Foi leitura da minha juventude com capa forrada por conselho amigo. No tempo da ditadura no nosso País, o Jorge Amado, mesmo sendo brasileiro, era um dos autores referenciado pela PIDE, logo, quem lesse os seus livros, era suspeito de ser do contra, e, por isso, seria certamente perseguido e muitas vezes detido para interrogatório.

Esta maravilhosa obra foi publicada pela primeira vez em 1937. Retrata duma maneira única, a vida dos meninos de rua na cidade capital da Baía, Salvador.

A marginalidade atribuída a estes meninos, que mais não faziam do que sobreviver dobrando os dias e as noites sem o carinho e protecção das respectivas famílias, é-lhes pregada pela própria sociedade que os abandona. Passados todos estes anos, ainda existem muitos meninos (Capitães da Areia), por essas cidades fora.

Noutra perspectiva, os próprios “Capitães da Areia”, e em resultado da sua vivencia, desenvolvem a sua “sociedade”. São códigos de amizade, honestidade, respeito hierárquico, e, acima de tudo, de sentimentos. Aliás, uma das três partes do livro, realça a despedida de um dos personagens da história.

O Sem-Pernas, o Pedro Bala, o Boa-Vida, o Gato, o João Grande, O Lampião, o Volta Seca, etc, etc, são alguns dos personagens desta história que toda a gente deve ler.

Jorge Amado morreu em 2001 com 90 anos. Entre os muitos prémios que recebeu, também lhe foi atribuído o Prémio Camões em 1994. Foi jornalista e romancista e publicou mais de 30 obras traduzidas em 55 Países e 49 idiomas.

Publicado em Portugal pela Dom Quixote.

SBF
(Gravura: Capa do Livro)

UM NOBEL ASSIM…

A propósito da acção de marketing, levada a cabo pelos monárquicos do blogue “31 da Armada”, com a colocação da bandeira nacional monárquica, na varanda dos Paços do Concelho em Lisboa, várias personalidades, republicanas e monárquicas, se pronunciaram por sua iniciativa ou por terem sido questionadas nesse sentido.

Claro que, D. Duarte de Bragança, seria das primeiras pessoas a comentar a aventura dos do “31 da armada”. Evidentemente que achou interessante mas conteve-se de fazer outras considerações mais sérias, até porque a questão foi encarado com a necessária ligeireza.

O facto de D. Duarte ter dito alguma coisa, mesmo que pouca, foi o suficiente para José Saramago se ocupar do assunto na sua crónica diária no Diário de Notícias de 4ª Feira dia 12. E, como não perdoa, que D. Duarte se tenha referido em tempos à sua obra, “O Evangelho sobre Jesus Cristo”, pela negativa, vai daí, atira com uma crónica inteira, dizendo de D. Duarte, o pior que se pode dizer de qualquer pessoa. Ainda por cima enganou-se, e disse que a obra criticada tinha sido “Memorial do Convento”.

Eu gosto do escritor e de alguns dos seus romances, fiquei orgulhoso com o prémio Nobel, mas, como já muitas vezes disse, exactamente por causa destas e doutras parecidas, não consigo simpatizar com o homem.

O D. Duarte não faz mal a uma mosca, é educado com toda a gente, é bom vizinho, é popular no bom sentido, é simpático e bom conversador, mas tem as suas opiniões como todos têm, e, não é por não ter gostado do livro de Sua Excelência, “O Nobel”, que deixa de merecer respeito e consideração, e, muito menos, de ser mal tratado como o foi.

Todos sabemos que o sucesso de uma sociedade (ou um País), considerando os parâmetros ocidentais, não depende de ser república ou monarquia. A nossa Europa é disso um bom exemplo.

SBF

CRESCIMENTO POSITIVO

A boa notícia de crescimento da economia portuguesa em 0,3%, no segundo trimestre, era o pior que podia acontecer para alguns (habituais) profetas da desgraça.

Para a MFL, deve ter sido cá uma traulitada…

Em véspera de eleições, é uma grande notícia para o PS.

São ainda muito poucos os países que deixaram a recessão para trás, concluindo-se haver mérito do Governo em consequência das medidas que tomou.

Já se vai ouvindo algumas vozes que tentam minimizar este resultado, e, ao mesmo tempo, reafirmando a culpa do governo relativamente aos aspectos mais negativos.

Acho estarem criadas condições para o País recuperar a confiança.

SBF

ELEIÇÕES

Falando da composição das listas para as próximas eleições legislativas e autárquicas.

O rasto de bronca, que vai ficando muito comprido, e ameaça durar até às eleições e, conforme o resultado, até continuar para além do escrutínio, está a dar uma imagem muito real de como os aparelhos partidários mastigam e cospem fora.

Todos têm problemas na elaboração das listas porque alinham pelo mesmo diapasão. Ignoram as bases e as decisões vêm directamente do topo da pirâmide.

Com o PSD, as coisas têm sido escandalosas. Eles lá sabem, mas a sociedade “civil” observa e analisa a atitude impositiva da líder. O cheiro a “bafio” deixa avisos ao cidadão comum. A compostura passadista de MFL deve ser considerada na hora de fazer a cruz no boletim de voto.

Em legislativas, nunca votei PS. O actual Governo não teve o meu voto em 2005, mas, passado pouco tempo depois de tomar posse, e depois de perceber que havia coragem para mexer com os poderes corporativos, intocáveis desde o tempo da “outra senhora”, e também disposição para reduzir privilégios de muitas funções de estado, incluindo membros do Governo, comecei a considerar que tínhamos o Primeiro - Ministro que o País precisava.

Se há quem não tenha culpa da crise universal que nos caiu em cima, somos nós e o Governo de Sócrates. É no mínimo desonesto que a oposição aponte os números negativos da crise, como se fosse resultado desta governação.Todos sabemos que não é, mas vai dando jeito e, em 27 de Setembro, vai de certeza ter influência do resultado.

SBF

PRATELEIRA DE LIVROS



O DESEJADO
De Aydano Roriz

A propósito do aniversário de “Alcácer Quibir”, reli, com gosto, “O Desejado” de Aydano Roriz.

Este romance histórico, resultou de um longo e aturado trabalho de pesquisa em vários países da Europa, que o brasileiro Aydano Roriz levou a cabo.

A vida de D. Sebastião é curta mas completamente intrigante.

O autor, transporta para a narrativa personagens historicamente verdadeiras, dando-lhe vida de acordo com as condicionantes do romance, mas sempre de forma a não as incompatibilizar com o registo histórico que delas existe.

Aydano Roriz nasceu na Baía, é jornalista e, ao mesmo tempo, apaixonado pela história.

Primeira edição em Portugal em 2004 pela Editora Pergaminho Lda

SBF
(Gravura: Capa do Livro)

RAUL SOLNADO


HOJE FICAMOS MAIS POBRES


RAUL SOLNADO MORREU


SÃO-LHE DEVIDAS TODAS AS HOMENAGENS

ALCÁCER QUIBIR


Há a tendência para glorificarmos os feitos históricos em que, sendo vencedores, acrescentamos mais qualquer coisa ao nosso ego e tomamos consciência da importância que a nossa acção teve pelo mundo fora, desde o século XIV.

Em todo o caso, também tivemos as nossas derrotas que fazem parte igualmente da nossa história, e, por isso, devem ser recordadas para que se tirem os devidos ensinamentos. Quem tudo quer, tudo perde! Foi isto que aconteceu com o desafio que D. Sebastião resolveu fazer aos Reis de Marrocos.

No dia 4 de Agosto de 1578, fez agora 432 anos, perto de Alcácer Quibir no reino de Marrocos, travou-se a batalha dos três reis. Em Marrocos é assim que a batalha é designada em virtude da participação dos três reis; D. Sebastião de Portugal, Mohammed Saadi II e Mulei Moluco de Marrocos.

D. Sebastião, responsável pelo “desastre”, teve um início de vida complicado. Começou por nascer depois da morte do seu próprio pai, D. João Manuel. É que, D. João III, avô de D. Sebastião, teve 11 filhos entre bastardos e legítimos, e todos morreram, sendo D. João Manuel, o último. Quando o óbito aconteceu, D. Joana já tinha D. Sebastião no ventre, que, naquela altura, era a única garantia de continuidade da independência de Portugal face a Castela, daí, o cognome de “O Desejado”.

Os factos históricos, rezam que, dos cerca de 20.000 homens de que era composto o exército português, pelo menos 8.000 caíram na batalha e os restantes ficaram prisioneiros. Muita gente com importância na sociedade portuguesa daquela época, desapareceu dum dia para o outro, levada por um capricho dum menino mimado que deitou tudo a perder.

Alcácer Quibir, como ficou conhecida a batalha para os portugueses, acabou definitivamente com a nossa capacidade de desenvolvimento e mergulhou-nos numa depressão colectiva que dura até hoje.

Ainda há quem sonhe ver, numa manhã de nevoeiro e no dorso dum cavalo branco, a chegada de “D. Sebastião” que virá livrar-nos de todos os males. Como toda a gente sabe, o homem, pura e simplesmente desapareceu naquela dita batalha, ficando sempre a dúvida se morreu, se foi feito prisioneiro ou se fugiu. Portanto, quem ainda espera pela vinda do D. Sebastião, bem o pode fazer sentado ou deitado, porque, se vier… vai demorar muito tempo.

SBF

Dicas: “O Desejado” de Aydano Roriz – Gravura: Wikipédia

O CABOUQUEIRO E A CIÊNCIA DA PEDRA

NOTÍCIAS DE ANGOLA

Mais uma vez, o Coutinho que era Bernardino, ouvia com toda a atenção o Caladinho. Desta vez, e já o ano de 1962 ia por aí fora, lia um aerograma que tinha acabado de receber do Chico. Depois de se certificar que estava sozinho com o Cabouqueiro, começou a leitura;

« O meu plantão foi até às duas da manhã. Esteve tudo calmo, não aconteceu nada. Quando fui rendido no posto cinco, que dá para nascente, já se notava o céu menos escuro e não tardava a claridade da madrugada. A G3 hoje pesava aí uns cinquenta quilos e eu estava exausto. Adormeci rapidamente. Não teria passado um quarto de hora, abri os olhos sobressaltado, e vi clarões como se fosse o fogo de artifício lá da aldeia. Não era na aldeia, era no norte de Angola, numa terra que não era minha. O quartel estava mais uma vez a ser atacado e, como de costume, ao romper a madrugada. Os de Angola não queriam que eu lá estivesse. Até estávamos de acordo, eu também não queria lá estar. Os de Angola, usam como podem as suas armas para correrem connosco e o “botas” continua a dizer que “Angola é nossa!”.»

Extraído do escrito “O Cabouqueiro e a Ciência da Pedra” de autoria de Silvestre Félix (SBF)

BRISA APETECIDA


E o reino ao sul lá ficou com os areais de Agosto cheios de esqueletos andantes e “deitantes” e eu, lá regressei para os braços da brisa apetecida que afaga a encosta da serra pela Eufémia e Penha Longa.

Não gosto de perder de vista o Palácio da Pena no penhasco fernandino.

Assim, com este aconchego, volto ao sossego da alma e às noites mais dormidas.

De saudades, até tenho do véu branco dobrando a altura da serra sempre na minha direcção e, não tarda muito, sai “borrisso” que dizem, “molha tolos” mas que molha tolos e os que não são.

Do “issê – dezanove” não se gosta por princípio. Não fujo a essa regra e no sentido da capital detesto. Mais de trinta anos, todos os dias de trabalho, não dá para deixar passar em branco.

Mas também gosto muito do “issê – dezanove”. Isso…gosto muito quando chego a Ranholas vindo do lado de Lisboa na direcção de Sintra.

Atenção aos pormenores. Os serviços da Câmara não podem deixar colocar painéis de anúncios, sejam eles quais forem, tapando o D. Fernando II na rotunda do Ramalhão.

SBF

(Foto: Serra de Sintra Com "Véu" a partir da Abrunheira - SBF)

PRATELEIRA DE LIVROS


Barroco tropical
De José Eduardo Agualusa

Luanda em 2020.

Uma antevisão de Luanda demasiado pessimista na minha opinião, mas, o que aqui interessa, é a obra, e essa, é do José Eduardo Agualusa e não é preciso dizer muito mais.

A língua portuguesa tem o privilégio de ter os melhores escritores do mundo. O JE Agualusa está certamente entre eles.

O “Barroco Tropical” é um romance que nos cola de tal maneira à personagem principal, que nos assustamos quando ele se assusta, dói-nos quando ele leva tareia e ficamos contentes e entusiasmados quando ele desenrola mais um novelo da trama.

É obrigatório ler, e aproveitem porque ainda há algumas promoções de verão.

Editado pelas “Publicações Dom Quixote” (Grupo LeYa). 1ª edição em Junho de 2009.

SBF
(Gravura: Capa do Livro)

O DIA DA CADEIRA

O dia 3 de Agosto será sempre “o dia da cadeira”.

No Forte de Santo António, no Estoril, neste dia mas em 1968, “o botas” caía da cadeira e era o princípio do fim.

Se a cadeira não estivesse podre, tudo podia ter sido diferente, ou seja, ainda tínhamos levado com “o botas” mais algum tempo.

Iniciada a “primavera Marcelista”, depressa se percebeu que as coisas não iam mudar no essencial. Mesmo assim, havia alguma esperança até “o botas” ter desaparecido, a caminho de Santa Comba Dão, em 27 de Julho de 1970.

A propósito, onde é que parará esta cadeira? É que… pelo sim pelo não, devia estar sempre a jeito… nunca se sabe!

SBF

LISTAS PARTIDÁRIAS

Na mansidão do sul, chegam-me os ecos das “partidarisses” envenenadas.

Na esplanada desarrumada do senta - levanta, são copos e chávenas que vão e vêm, e eles continuam a dizer e a desdizer os convites que vão fazendo.

Aqui o sol do meio – dia, olha-se de frente, e os partidos olham-se de lado pelos maus exemplos que nos dão.

O areal está lotado de corpos “desfigurados” na cor e alguns (poucos) “afigurados” no feitio e curvas desenhadas.

Se não escondessem os trunfos pela batota, os eleitores acreditavam no jogo mas, havendo sempre cartas por baixo da mesa, é natural que cada vez haja menos crença neste jogo do: “Ora agora jogas tu, ora agora jogo eu e depois jogas tu mais eu”.

SBF

PORQUE NÃO SE CALAM?

PORQUE NÃO SE CALAM? São praticamente os mesmos, que há menos de dois meses, bradavam “aos céus” por medidas mais restritivas, fortes e ...